Um bocadinho de informação numa versão aligeirada
Um sapo que encontrei na minha horta
E o artigo que publiquei nessa altura, no meu blog (asminhasmaosverdes) surgiu na sequência de um comentário, feito por um amigo meu (e colega de faculdade), no Facebook, a propósito do termo biológico e da resposta que, outro amigo meu, homónimo daquele, à minha questão. O primeiro afirmava que aquele termo biológico já estava "out" e o segundo esclarecia-me que o termo "in" agora era bio.
Por "biológicos" entendem-se os alimentos de origem vegetal (ou animal) que não são tratados com produtos químicos (antibióticos, pesticidas, fertilizantes, etc) ou hormonas.
Produtos integrais (ou não refinados):
Por isso, e em conclusão, sempre direi aos meus amigos que por muito "out" que pareça um produto genuinamente biológico, será sempre melhor que um produto Bio supostamente "in" mas de proveniência muito pouco fiável.
Percebo perfeitamente a luta diária de todos aqueles que se dedicam de corpo de alma à agricultura biológica a pensar não exclusivamente no lucro mas na criação de um mundo melhor, preocupando-se com o legado que irão deixar às gerações vindouras.
E, a propósito do que li neste blog ligado à Quinta do Arneiro ( que eu adorava que estivesse sempre aqui ao virar da esquina ;)) lembrei-me de repescar um post que escrevi há alguns anos no meu extinto mãos verdes.
As minha primeira colheita de cenouras redondas (cenouras globulares Nice)
Se as mentalidades mudassem os produtos biológicos estariam mais acessíveis a todas as bolsas e nunca deveriam ser considerados produtos de luxo, porque são um direito de todas as pessoas.
Infelizmente todos os produtos alimentares que compramos têm agora, mais do que nunca, que ser criteriosamente escolhidos, porque apesar da suposta abundância do mundo ocidental o marketing enganoso e a preguiça das pessoas está permanente a induzi-las na compra de gato por lebre.
A vida de aparências também existe no mundo dos alimentos. Agora mais do que nunca. E muitas vezes a culpa também é dos estabelecimentos que vendem produtos biológicos frescos. Ao contrário dos outros não tenho constatado uma grande preocupação quanto à apresentação e reposição dos mesmos. Enquanto as laranjas e outros frutos e legumes, carregados de produtos químicos, exibem uma ar resplandescente e fresco (para quem desconhece o campo, claro), os produtos biológicos têm um ar murcho e fora de prazo como se tivessem sido recolhidos do lixo...e ainda por cima são mais caros!
Quando a maioria das famílias portuguesas anda a fazer ginástica financeira para conseguir que os ordenados estiquem milagrosamente até ao fim do mês, percebo que, a menos que exista uma vontade concertada e empenhada por parte de quem tem poder decisório para divulgar de forma acessível a importância destas questões e o impacto que têm na vida e saúde de todos isto não passará de um devaneio de meia dúzia de pessoas teimosas a remar contra-corrente.
Fazem-se campanhas para promover tanta coisa inútil e disparatada, porque não começar a fazê-lo em relação a produtos frescos biológicos com promoções e descontos de modo a aumentar a procura?
Um sapo que encontrei na minha horta
E o artigo que publiquei nessa altura, no meu blog (asminhasmaosverdes) surgiu na sequência de um comentário, feito por um amigo meu (e colega de faculdade), no Facebook, a propósito do termo biológico e da resposta que, outro amigo meu, homónimo daquele, à minha questão. O primeiro afirmava que aquele termo biológico já estava "out" e o segundo esclarecia-me que o termo "in" agora era bio.
Como costumo andar sempre um pouco ao contrário das tendências e não dou uma opinião sem ter "esgravatado" convenientemente os assuntos andei a matutar nisto e cheguei à conclusão que a palavra bio, quanto muito poderá ser utilizada quando temos preguiça de usar todas as letras ...
As pessoas que costumam ter a pachorra de me ler já se aperceberam que eu sou um pouco "obsessiva" (no bom sentido...) com o tipo de ingredientes que utilizo nas receitas. As farinhas e cereais integrais, o sal marinho integral, o açúcar integral de cana, as manteigas vegetais não hidrogenadas, os ovos biológicos, a fruta e legumes biológicos e tantos outros que vou tendo o cuidado de salientar, caso a caso, são a minha prioridade.
As pessoas que costumam ter a pachorra de me ler já se aperceberam que eu sou um pouco "obsessiva" (no bom sentido...) com o tipo de ingredientes que utilizo nas receitas. As farinhas e cereais integrais, o sal marinho integral, o açúcar integral de cana, as manteigas vegetais não hidrogenadas, os ovos biológicos, a fruta e legumes biológicos e tantos outros que vou tendo o cuidado de salientar, caso a caso, são a minha prioridade.
Por isso e para todos entenderem em que sentido utilizo algumas designações segue a seguinte informação (o mais simplificada possível) a qual podem processar como entenderem:
Por "biológicos" entendem-se os alimentos de origem vegetal (ou animal) que não são tratados com produtos químicos (antibióticos, pesticidas, fertilizantes, etc) ou hormonas.
Entretanto começaram a aparecer no mercado produtos alimentares com a designação de "BIO" que são procedentes da indústria convencional e promovidos com benéficos para a flora intestinal, mas que não têm necessariamente uma procedência biológica. Para avaliar a procedência biológica de um produto existem organizações reconhecidas internacionalmente. Em Portugal o modo de produção biológica de produtos agrícolas e de géneros alimentícios está regulamentado. Existe uma associação, a AGROBIO, cujo objectivo principal é promover o desenvolvimento deste tipo de agricultura no nosso País. A AGROBIO é membro da IFOAM (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Biológica).
Nem sempre um produto que vem desigando como BIO é necessariamente biológico apesar de ter uma aparência muito fashion e up-to-date . Para isso a embalagem deve conter um selo de certificação que é facilmente visível.
Por outro lado, o termo "Ecológico" é utilizado para definir um sistema de produção agrícola (e pecuária) que respeita o meio ambiente, os animais e as pessoas que emprega. Razão porque sempre que possível devem utilizar-se ingredientes ecológicos: farinhas, ovos, derivados do leite, cereais , verduras e frutas.
Já todos devem ter lido que as substâncias químicas empregues na agricultura intensiva permanecem nos cereais, legumes, frutas e hortaliças (numas variedades mais do que noutras) apesar de os lavarmos e descascarmos. As ceras utilizadas para dar brilho e melhorar o aspecto de algumas frutas (maçãs e laranjas) selam estes produtos nocivos na pele dos vegetais e frutas. Sem nos apercebermos , o nosso organismo, vai absorvendo, constante e gradualmente toxinas o que, não provocando a morte, é causa de muitos prejuízos, mesmo quando ingeridos em doses mínimas.
Ovos - se não conseguirmos encontrar os de origem ecológica devemos pelo menos procurar comprar ovos caseiros. A criação intensiva de aves, onde estas são alimentadas artificialmente, é um sistema cruel que submete os animais a condições de vida deploráveis e pode-se mesmo dizer imorais.
Produtos integrais (ou não refinados):
Farinhas - Na cozinha convencional utilizam-se farinhas de trigo brancas, ou seja, desprovidas da casca do cereal, na qual se encontram os seus elementos benéficos (fibras, vitaminas, oligoelementos e enzimas). Sem a casca, tudo o que resta é o interior do grão, na sua maior parte amido.
Açúcar e arroz - o açúcar e o arroz brancos (ou refinados) passam por um processo de refinação no qual se perdem minerais, fibras e vitaminas do grupo B, resultando em produtos finais pobres, com um alto nível de sacarose pura no caso do açúcar e de teor de amido no caso do arroz. Com o objectivo de criar produtos que não se deteriorassem tão depressa (os integrais são muito sensíveis ao ar e à luz) não existiu a preocupação de salvaguardar as propriedades nutritivas desses alimentos.
Se insistirmos em consumir habitualmente alimentos totalmente desmineralizados estamos a contribuir para a degradação do nosso organismo, ossos e dentes, uma vez que, para compensar acidificação, o nosso corpo vai buscar o cálcio necessário ao tecido ósseo.
Por outro lado os hidratos de carbono refinados (arroz , farinha, massas, pães, etc) são rapidamente assimilados, resultando num importante excedente calórico que se transforma em gordura.
Por isso, e em conclusão, sempre direi aos meus amigos que por muito "out" que pareça um produto genuinamente biológico, será sempre melhor que um produto Bio supostamente "in" mas de proveniência muito pouco fiável.
Prefiram pois o natural , o integral, o biológico e o ecológico. Menos produtos processados e refinados.
Belo artigo, há que separar as águas. Eu só não gosto do preço desses produtos. Há muitos anos que faço uma alimentação rica em fibras, logo privilegio tudo o que é integral. Gostava de ter mais poder de compra para ir mais além nos biológicos e ecológicos. Entretanto, semeiam-se algumas coisas nos canteiros... mais biológico não há :)
ResponderEliminarGostei muito deste post.Muito esclarecedor e concordo quanto às designações.Sempre que posso consumo produtos biologicos.
ResponderEliminarBeijos
Adorei a explicação. Eu sempre que posso também prefiro os biológicos, pena é serem tão caros.
ResponderEliminarBjs
Onde é que é para assinar?
ResponderEliminarÉ que eu concordo com tudo o que escreveste ;) Não tenho mais nada a acrescentar. Bjinhos.
É a nossa "luta" e o nosso lema cá em casa!
ResponderEliminar