Nasci em África e fiquei marcada para sempre com a força dos seus cheiros, cores, natureza e forma de estar na vida.
Tenho pouco tempo mas demasiados interesses. Podem chamar-me "Multipolar", ou "Da Vinciana", os únicos termos que me ocorrem para explicar o meu gosto por uma imensidão de coisas como Arte, Culinária, Agricultura, Insectos (em especial abelhas), Velharias, Nutrição, Ficção Científica, Filmes de Terror, Tosquia de cães, livros...não forçosamente por esta ordem e com especial destaque para tudo o que é alternativo e vai contra a corrente.
Esta diversidade levou-me a iniciar 3 blogues com temas específicos que, a partir de agora, deixarão de estar abertos ao público , excepto este por questões práticas e porque ainda tem alguns fiéis seguidores. A partir de agora faz mais sentido para mim reunir tudo num único espaço se me apetecer falar de outros assuntos que não estejam directamente relacionados com a cozinha.
E porque a cozinha e a alimentação ocupa uma grande parte da minha vida (por obrigação e por prazer) este será o assunto fulcral e recorrente deste novo blogue guardando-se as receitas antigas na caixinha das boas recordações (talvez até vá reciclando algumas receitas que ali tiveram grande aceitação) mantendo-se o mesmo visível para quem sentir saudades.
Quem convive mais frequentemente comigo sabe que adoro descobrir ingredientes novos e exóticos para fazer combinações improváveis e pouco convencionais.Sou uma assídua frequentadora de mercados biológicos e acabo sempre a falar com as pessoas sobre comida. Eliminar tudo o que não é saudável, muito processado ou refinado e irá causar sofrimento desnecessário a qualquer ser senciente é o meu cavalo de batalha. Isso fez parte da minha opção para uma alimentação vegetariana. Foi um processo solitário e não impositivo e resultou de uma vasta pesquisa pessoal que ainda não dei por terminada, mas que tem vindo a consolidar e confirmar as minhas convicções.
Todas as fotografias (salvo menção em contrário) são tiradas por mim de forma bastante amadora. Apenas isso me deixa ainda ( um pouco) frustrada, sobretudo numa era em que o visual é considerado trendy e a comida é mais um acessório entre talheres, toalhas, pratos vintage que exaltam a parte artística e lateral da cozinha. Não me interpretem mal...eu adoro a estética e o conceito desta nova onda de fotografia sobre comida, adoro o cuidado de cada pormenor, as loiças (que também uso no dia a dia), os tecidos às flores, a descontracção de um talher oxidado como se tivéssemos acabado de fotografar a cozinha da avó.
Mas uma coisa é certa, os livros de cozinha da minha mãe não tinham sequer imagens e eu conseguia antecipar em cada receita a promessa de uma refeição sublime. Foi assim que nasceu o meu gosto pela cozinha.
Entretanto, acreditem na honestidade do meu empenho e na vontade de partilhar o amor pela comida (e não só) com todas/os os que por cá aparecerem.
