WORKSHOPS , PESSOAS ESPECIAIS E O MEU AVATAR

26.3.15


Hoje lembrei-me de um post que escrevi há quase 5 anos no meu blog velhinho e sinto-me mais do que nunca identificada com ele.

Não sou muito de tecnologias porque prefiro as pessoas e o contacto directo mas ainda assim aquelas têm-me permitido conhecer pessoas extraordinárias ao vivo e a cores.

Primeiro vem o pressentimento das afinidades, depois a timidez da primeira troca de palavras e o receio de extravazar o que julgamos deverá manter-se no mundo virtual, por pudor social (o meu).

Depois é a vontade de confirmar aos outros que, na vida real, somos a mesma pessoa que escreve que faz um esforço para ser honesta mesmo que tente a todo o custo fazer um retrato apresentável de si própria escondendo as suas maiores imperfeições.

O mais fascinante na leitura dos blogues, para além da leitura de temas que me interessam, é tentar imaginar como serão as pessoas que os escrevem.

Comecei a ler o blog da Catarina por causa da sua coragem em expôr publicamente as suas fragilidades de uma forma tocante e próxima e ao mesmo tempo demonstrar a sua força, exorcizando os problemas através da escrita. Essa a razão porque me inscrevi no seu Workshop de papas de aveia, mais pela curiosidade de confirmar a pessoa do que para aprender a fazer papas :) ...e tudo começou aí.

Atrás da Catarina vieram outras pessoas. A Ana que faz uma granola do outro mundo e consegue aparentar uma calma surpreendente numa casa onde vivem 5 crianças uma gata preta e um cão que quer conhecer o mundo.

Criou-se empatia. Estas coisas não se explicam. Não podem ser só as afinidades.

A Catarina que é um verdadeiro regador de pessoas e tem uma capacidade excepcional de as fazer desabrochar e adivinhar as suas paixões desafiou-me para partilhar os conhecimentos que tenho adquirido sobre a cozinha vegetariana em forma de workshop que ela tratou de organizar à maneira dela: voluntariosa, entusiasta e confiante no potencial dos outros (por pequeno que seja).

Excitação e medo. As duas palavras que definem o meu estado de espírito até ao dia :).

Mas depois senti-me como se estivesse em minha casa. A cozinha da Ana, com cheiro a família (grande como a minha), mãos pequenas e grandes, confusão e amor e comida. Perdi o medo e limitei-me a fazer o que faço todos os dias.

Quem lá esteve conseguiu alimentar-me a alma em cada garfada.

Obrigada Catarina e Ana por terem arriscado em mim.






2 comentários:

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